segunda-feira, 11 de junho de 2012

* O Lúdico por Educadores, Piaget e Vygostsky.



Jean Piaget ( Suíça, 1896-1980) e Lev Vygotsky ( Rússia, 1896-1934), são pontos de referência quando o assunto é a ludicidade. Foram contemporâneos mas não se conheceram. Destacaram o período da formação da criança até os seis anos. Esta fase é considerada como base do desenvolvimento cognitivo infantil refletindo na constituição futura do ser humano.
Piaget usava a terminologia jogo e Vygotsky brinquedo para conceituar a ação de brincar.
As crianças quando ainda não desenvolveram a fala se comunicam através de gestos e emoções. Ao crescerem, passam a utilizar a linguagem verbal e racionalizar as ações, deixando de utilizar o imaginário.

Humanista, para Vygotsky a criança ao brincar criava uma situação imaginária onde existiam, sempre, regras nas brincadeiras, pelo simples fato de que a partir do momento em que existe uma situação imaginária esta tem regras de comportamento que são representadas na brincadeira. Desenvolveu a teoria histórico e cultural dando ênfase aos processos de trocas. O conhecimento é construído a partir de interações com os outros e com o meio social e cultural. A linguagem é fator decisivo na estrutura do pensamento, e, é ferramenta básica para a construção de conhecimentos.

Para Piaget, o jogo era visto como próprio da infância e do universo da criança, independente até mesmo do funcionamento da inteligência. Não elaborou uma teoria do jogo mas desenvolveu uma concepção da infância observando o comportamento lúdico infantil. Priorizou o caráter construtivo, as construções realizadas pelo ser humano.

Com base na teoria de Vygotsky pesquisadores-educadores discutem, hoje, como é o universo do pensamento e do imaginário que passou a ter muita importância na área educacional.

Num futuro não muito distante o ser humano não fará mais as funções braçais restando para ele a função de criar, recriar, interpretar e reinterpretar, ou seja, usar muito a ludicidade.


Fonte: 

* A Importância do Lúdico





 Importância do lúdico na aprendizagem, com auxílio dos jogos
A educação para obter um ensino mais eficiente aperfeiçoou novas técnicas didáticas consistindo numa prática inovadora e prazerosa. Dentre essas técnicas temos o lúdico, um recurso didático dinâmico que garante resultados eficazes na educação, apesar de exigir extremo planejamento e cuidado na execução da atividade elaborada. O jogo é a atividade lúdica mais trabalhada pelos professores atualmente, pois ele estimula as várias inteligências, permitindo que o aluno se envolva em tudo que esteja realizando de forma significativa. Através do lúdico o educador pode desenvolver atividades que sejam divertidas e que sobretudo ensine os alunos a discernir valores éticos e morais, formando cidadãos conscientes dos seus deveres e de suas responsabilidades, além de propiciar situações em que haja uma interação maior entre os alunos e o professor numa aula diferente e criativa, sem ser rotineira. Palavras Chaves: educação, ensino, lúdico, jogo, dinâmico, educador, valores. 
A princípio, a explanação desse trabalho tem como objetivo mostrar a importância de se trabalhar o lúdico na esfera escolar para a obtenção de qualidade no processo educacional. E para que essa aprendizagem aconteça de forma significativa e dinâmica, o professor tem como apoio a técnica dos jogos.
São muitos os estudiosos do assunto, e para este trabalho foram consultados autores que relatam a importância do lúdico e do uso dos jogos em atividades didáticas para fundamentar ainda mais os pontos principais e melhor afirmar o que foi explanado, são eles: Airton Negrine, Celso Antunes, Gilda Rizzo e Helena Nylse Cunha.
A educação tem por objetivo principal formar cidadãos críticos e criativos com condições aptas para inventar e ser capazes de construir cada vez mais novos conhecimentos. O processo de Ensino/Aprendizagem está constantemente aprimorando seus métodos de ensino para a melhoria da educação. O lúdico é um desses métodos que está sendo trabalhado na prática pedagógica, contribuindo para o aprendizado do alunado possibilitando ao educador o preparo de aulas dinâmicas fazendo com que o aluno interaja mais em sala de aula, pois cresce a vontade de aprender, seu interesse ao conteúdo aumenta e dessa maneira ele realmente aprende o que foi proposto a ser ensinado, estimulando-o a ser pensador, questionador e não um repetidor de informações.
È preciso ressaltar que o termo lúdico etimologicamente é derivado do Latim "ludus" que significa jogo, divertir-se e que se refere à função de brincar de forma livre e individual, de jogar utilizando regras referindo-se a uma conduta social, da recreação, sendo ainda maior a sua abrangência. Assim, pode-se dizer que o lúdico é como se fosse uma parte inerente do ser humano, utilizado como recurso pedagógico em várias áreas de estudo oportunizando a aprendizagem do indivíduo. Dessa forma, percebem-se as diversas razões que levam os educadores a trabalharem no âmbito escolar as atividades lúdicas.
Como vemos Gilda Rizzo (2001) diz o seguinte sobre o lúdico:
"... A atividade lúdica pode ser, portanto, um eficiente recurso aliado do educador, interessado no desenvolvimento da inteligência de seus alunos, quando mobiliza sua ação intelectual." (p.40).
Diante de tal pensamento que a estudiosa coloca, observa-se que o principal papel do educador é estimular o alunado à construção de novos conhecimentos e através das atividades lúdicas o aluno acaba sendo desafiado a produzir e oferecer soluções às situações-problemas impostas pelo educador. Pois o lúdico é um dos motivadores na percepção e na construção de esquemas de raciocínio, além de ser uma forma de aprendizagem diferenciada e significativa.
Convém ressaltar que o educador deve ter cuidado ao desenvolver uma atividade trabalhando o lúdico, por ser uma tarefa dinâmica, o professor fica na condição de estimulador, condutor e avaliador da feitura da atividade, no entanto o educador é o elo entre o lúdico e os alunos.
Da mesma forma deve ater-se na quantidade de atividades lúdicas, pois utilizada exageradamente acabam tornando-se rotineira e transformando-se numa aula tradicional.
Nylse Cunha (1994) acredita que a ludicidade oferece uma "situação de aprendizagem delicada", ou seja, que o professor precisa nutrir o interesse do aluno, sendo capaz de respeitar o grau de desenvolvimento das múltiplas inteligências do mesmo, do contrário a atividade lúdica perde completamente sua riqueza e seu valor, além do mais o professor deve gostar de trabalhar esse novo método sendo motivador a fazer com que os alunos gostem de aprender, pois se o educador não se entusiasmar pelo que ensina o aluno não terá o interesse em aprender.
Celso Antunes (2001) argumenta da seguinte forma: "Um professor que adora o que faz, que se empolga com o que ensina, que se mostra sedutor em relação aos saberes de sua disciplina, que apresenta seu tema sempre em situações de desafios, estimulantes, intrigantes, sempre possui chances maiores de obter reciprocidade do que quem a desenvolve com inevitável tédio da vida, da profissão, das relações humanas, da turma..."(p.55).
A atividade lúdica mais trabalhada atualmente nas escolas pelos professores é o jogo, principalmente nas salas de aula do ensino fundamental por ter sua clientela na maioria das vezes formada por crianças. Sendo importante dizer que a palavra "jogo" foi utilizada para se referir ao "brincar", se tratando de forma lúdica, levando em conta que o indivíduo não apenas se diverte jogando, mas também aprende.
A palavra "jogo" etimologicamente origina-se do latim "iocus", que significa brincadeira, divertimento. Em alguns dicionários da Língua Portuguesa aparece com definição de "passatempo, atividade mental determinada por regras que definem ganhadores e perdedores".
Numa de suas palestras Airton Negrine (1997) cita o seguinte:
"... a palavra "jogo" apresenta significados distintos uma vez que pode ser entendida desde os movimentos que a criança realiza nos primeiros anos de vida agitando os objetos que estão ao seu alcance, até as atividades mais ou menos complexas..." (p.44).
Pode-se dizer então que a palavra "jogo" apresenta significados variados, desde uma brincadeira de criança com fins restritos em diversão até as atividades mais complexas com intuito de adquirir novos conhecimentos.
Gilda Rizzo (2001) diz que "os jogos, pelas suas qualidades intrísecas de desafio à ação voluntária e consciente, devem estar, obrigatoriamente, incluídos entre as inúmeras opções de trabalho escolar."
Pois o objetivo principal do jogo como atividade lúdica é proporcionar ao indivíduo que está jogando, conhecimento de maneira gratificante, espontânea e criativa não deixando de ser significativa independente de quem o joga, deixando de lado os sistemas educacionais extremamente rígidos.
Trabalhar com os jogos na sala de aula possibilita diversos objetivos, dentre eles, foram pontuados os seguintes:
  • Desenvolver a criatividade, a sociabilidade e as inteligências múltiplas;
  • Dar oportunidade para que aprenda a jogar e a participar ativamente;
  • Enriquecer o relacionamento entre os alunos;
  • Reforçar os conteúdos já aprendidos;
  • Adquirir novas habilidades;
  • Aprender a lidar com os resultados independentemente do resultado;
  • Aceitar regras;
  • Respeitar essas regras;
  • Fazer suas próprias descobertas por meio do brincar;
  • Desenvolver e enriquecer sua personalidade tornando-o mais participativo e espontâneo perante os colegas de classe;
  • Aumentar a interação e integração entre os participantes;
  • Lidar com frustrações se portando de forma sensata;
  • Proporcionar a autoconfiança e a concentração.
Nota-se também um entusiasmo maior sobre o conteúdo que está sendo trabalhado por haver uma motivação dos educandos em expressar-se livremente, de agir e interagir em sala de aula. Mas lembrando sempre que os jogos devem está devidamente associado aos conteúdos e aos objetivos dentro da aprendizagem, auxiliando a parte teórica, tornando o ensino mais prazeroso apresentando opiniões para crescer ainda mais o trabalho dos profissionais da área da educação.
Diante de tal objetivo, os jogos escolhidos pelos educadores para trabalhar precisam ser estudados intimamente e analisados rigorosamente para serem de fato eficientes, porque os jogos que não são testados e pesquisados não terão seu exato valor, tornado-se ineficazes, obviamente, uma atividade lúdica nunca deve ser aplicada sem que tenha um benefício educativo. O professor pode criar seus próprios jogos, a partir dos materiais disponíveis na instituição de ensino em que leciona ou até mesmo na sala de aula, porém precisa atentar para a forma de como serão trabalhados, não esquecendo os objetivos e o conteúdo a ser desenvolvido. O educador precisa ter muito mais força de vontade, criatividade, disponibilidade, seriedade, competência que dinheiro para construir um jogo.
Celso Antunes (2003) cita o seguinte sobre o jogo:
"O jogo é o mais eficiente meio estimulador das inteligências, permitindo que o indivíduo realize tudo que deseja. Quando joga, passa a viver quem quer ser, organiza o que quer organizar, e decide sem limitações. Pode ser grande, livre, e na aceitação das regras pode ter seus impulsos controlados. Brincando dentro de seu espaço, envolve-se com a fantasia, estabelecendo um gancho entre o inconsciente e o real".
De acordo com Celso Antunes, pode-se afirmar que a ludicidade do jogo proporciona momentos mágicos e únicos na vida de um indivíduo, pois no mesmo instante que diverte, ensina e desenvolve o raciocínio e a criatividade além de obter responsabilidade diante da situação colocada a ele.
Diante de tudo que fora mencionado, pode-se dizer sem sombra de dúvida que o lúdico é importante sim para uma melhoria na educação e no andamento das aulas, provocando uma aprendizagem significativa que ocorre gradativamente e inconscientemente de forma natural, tornando-se um grande aliado aos professores na caminhada para bons resultados.
E que é dever do professor mudar os padrões de conduta em relação aos alunos, deixando de lado os métodos e técnicas tradicionais acreditando que o lúdico é eficaz como estratégia do desenvolvimento na sala de aula.
Espera-se que esta proposta de abordagem vá de encontro com o que foi proposto realizar, e essencialmente, que seja de suporte para professores que já atuam no ambiente escolar, e aos futuros professores a tornar suas aulas mais dinâmicas fazendo com que a sala de aula se transforme num lugar prazeroso, construindo a integração entre todos que a freqüentam.
Autora: Monalisa Lisboa

* Jogos para sala de aula.



  
É de grande importância o uso de jogos na sala de aula, proporcionando uma forma de aprendizagem mais agradável e ajudando no desenvolvimento de várias áreas importantes na vida de uma criança. Disponibilizamos aqui algumas dicas de jogos:
   Após uma aula sobre determinado tema, é interessante utilizar o jogo das perguntas para memorizar.

JOGO DE PERGUNTAS


Divide-se a turma em duas equipes, a professora dará dicas para as equipes adivinharem a palavra.

Exemplo:
O tema da aula foi sobre os estados do Brasil, a professora escolhe “São Paulo” para as equipes adivinharem e dá pistas referentes à matéria dada em aula pra que elas descubram:
“Localiza-se no Sudeste”;
“Grande concentração urbana”.

Assim, todos da equipe pensam em conjunto, lembram do que ouviram na aula, memorizam, se arriscam a dizer a resposta, entre outros fatores que ajudam no desenvolvimento do aluno.

Para os principiantes na leitura e na escrita, há jogos que ajudam a treinar, assimilar e pensar:

JOGO DAS LETRAS


Uma pessoa ou equipe escolhe um tema e várias palavras referente a esse tema, a outra pessoa ou equipe precisa adivinhar quais são as palavras em um tempo determinado. Mas, quem escolhe  as palavras,  pode dar dica de quantas sílabas têm, quantas vogais e consoantes, e quem tem que adivinhar tem um determinado número de chutes.

Exemplo:
Tema – Escola.
Palavras escolhidas: quadro, carteira, mochila, cantina.
Dicas: a primeira palavra possui apenas duas sílabas, a segunda palavra tem 4 vogais, a terceira palavra tem 4 consoantes,  a última tem 2 “n”
O outro grupo tem dois minutos para adivinhar, de acordo com as dicas, e tem duas chances de chutar duas letras a cada palavra, exemplo: “a primeira palavra tem letra U? E letra I?”, após usar  os dois chutes, não tem mais chances, precisa dizer qual é a palavra.
 
  Para treinar a escrita, a leitura e a criatividade:

JOGO DAS HISTÓRIAS

Cada um pega uma folha e começa a escrever uma história sobre qualquer tema. Após a professora mandar trocar, a folha de cada um deve ser passada para o lado. Assim que receber um folha que a outra pessoa já tinha começado uma história, você deve continuá-la. Mas como o tempo vai ser curto, não vai ter como ler a história desde o início. Então,  a regra é ler apenas a última frase que a outra pessoa escreveu, continuar a história e assim sucessivamente. Todas as folhas precisam passar por todos, até que chegue na mão de quem começou. Para essa organização, a melhor maneira é que o jogo seja feito em um círculo. Quando a folha certa chegar na mão de cada um, todos precisam ler, e quem achar a sua história interessante ou engraçada, lê em voz alta para a turma toda.  

São interessantes, também, os jogos de quebra cabeça, ligues os pontos, palavras-cruzadas, para entender, aprender e memorizar determinado assunto:

QUEBRA-CABEÇA

Ao ensinar sobre um assunto, faça um quebra-cabeça com um desenho referente a esse tema.

Exemplo:
Tema: Corpo humano / ossos
O quebra-cabeça tem todos os ossos do esqueleto e as crianças precisam juntar corretamente para chegar ao objetivo

PALAVRAS-CRUZADAS

Também referente a um certo tema, com enigmas e dicas para que se chegue até a palavra correta.
O educador prepara uma palavra cruzada e dá as dicas para o aluno. Para ter um ponto de partida, é possível que uma das palavras já esteja preenchida.

Exemplo:
Tema - Animais
Faça a palavra cruzada e coloque as dicas:
1.Mamífero, domesticado


  Para ajudar na matemática, no raciocínio lógico e rápido, de uma forma bem dinâmica:

JOGO DOS CARTAZES
É preciso que cada criança tenha um cartaz com um número, que vai depender da quantidade de alunos e a professora precisa de um apito.
A turma é dividida em dois grupos, mas os números em cada grupo precisam ser aleatórios, não podem ser consecutivos. A professora determina o objetivo e apita para os alunos se organizarem.

Exemplo:
O grupo 1 precisa se organizar para que a soma dos cartazes dê “12”, e o grupo 2 se organiza para que a subtração dê “6”, se for preciso que alguém saia do grupo para que o resultado dê certo, a criança sai e se junto ao grupo  dos que estiverem fora e esses precisam multiplicar o número dos cartazes e dar o resultado.  

A professora determina o tempo para que os alunos se organizem e isso pode ser aplicado também como uma gincana.  O grupo que acertar passa para próxima fase, ou podem ser aplicadas recompensas para o grupo que conseguir; isso cabe à professora avaliar se é necessário ou não.


  Há dinâmicas que ajudam as crianças a se relacionar melhor e perder a timidez:

JOGO DA VIRTUDE


A turma senta em uma roda,  todos precisam de um papel e uma caneta. Cada um vai escrever no papel uma virtude (qualidade) da pessoa que está à direita, mas sem identificar quem é. Após todos escreverem, a professora recolhe, mistura todos, e abre um por um e lê para todos. Aí,  as crianças vão tentar identificar a quem pertence tais características. O mais votado pega o papel e guarda até o fim do jogo.
Quando todos já estiverem com um papel na mão, falarão se concordam, ou não, com o que está no papel e identificarão no próprio ponto de vista qual a sua maior qualidade. Depois, a pessoa da direita vai falar o que colocou e por quê. No final, é importante que o educador explique a importância de reconhecer as virtudes das pessoas. 

  Para raciocínio lógico e uma melhor percepção:

JOGO DAS CORES

A professora distribui uma folha com o contorno de um desenho, e divide esse desenho em subdivisões (variam de acordo com a idade da criança; para as mais novinhas, indicam-se divisões de  6 partes), e cada um vai ter 4 cores diferentes de lápis, canetinha ou giz de cera. O objetivo é colorir o desenho, mas cada subdivisão precisa ser de uma cor diferente, que não pode ser igual às cores que estão pintadas ao lado, ou seja, as cores não podem se encontrar. 

  Para ajudar na memorização:

JOGO DA SEQUÊNCIA

A professora escolhe um tema e cada aluno precisa falar uma palavra referente ao tema e o próximo da roda precisa falar o do amigo, o dele, e assim por diante.
Exemplo:
Tema - Fui à praia e levei...
1º aluno: protetor solar.
2º aluno: protetor solar, óculos.
3º aluno: protetor solar, óculos, guarda-sol.

  Os jogos recreativos também podem ajudar na participação em grupo e na rapidez:
Pique-bandeira, Cabo de Guerra, Gincanas, Corre Cutia etc.

Fonte da imagem: Google imagens. 

* "O papel do lúdico na atividade pedagógica."





A maioria das escolas tem didatizado a atividade lúdica das crianças restringindo-as a exercícios repetidos de discriminação viso- motora e auditiva, através do uso de brinquedos, desenhos coloridos, músicas ritmadas. Ao fazer isso, ao mesmo tempo em que bloqueia a organização independente das crianças para a brincadeira, essas práticas pré- escolares, através do trabalho lúdico didatizado, enfatizam os alunos, como se sua ação simbólica servisse apenas para exercitar e facilitar para o professor , a transmissão de determinada visão do mundo, definida a priori pela escola.
“É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção... como se fora brincadeira de roda...” (MARCELINO, NELSON.C.,1996.p.38)


É papel da educação formar pessoas criticas e criativas, que criem, inventem, descubra, que sejam capazes de construir conhecimento. Não devendo aceitar simplesmente o que os outros já fizeram, aceitando tudo o que lhe é oferecido. Daí a importância de se ter alunos que sejam ativos, que cedo aprendem a descobrir, adotando assim uma atitude mais de iniciativa do que de expectativa.
Considera-se função da educação infantil promover o desenvolvimento global da criança; para tanto é preciso considerar os conhecimentos que ela já possui, proporcionar a criança vivenciar seu mundo, explorando, respeitando e reconstruindo. Nesse sentido a educação infantil deve trabalhar a criança, tomando como ponto de partida que está é um ser com características individuais e que precisa de estímulos, para crescer criativa, inventiva e acima de tudo crítica.
Quando o aluno chega a escola traz consigo uma gama de conhecimento oriundo da própria atividade lúdica. A escola, porém, não aproveita esses conhecimentos, criando uma separação entre a realidade vivida por ela na escola e seus conhecimentos.
A escola agindo desta forma estará comprometendo a própria espontaneidade da criança, que não se sentirá tão a vontade em sala de aula a ponto de deixar fluir naturalmente sua imaginação e emoção.
A ação de brincar, segundo ALMEIDA (1994) é algo natural na criança e por não ser uma atividade sistematizada e estruturada, acaba sendo a própria expressão de vida da criança. RIZZI e HAYDT convergem para a mesma perspectiva quando afirmam:
“O brincar corresponde a um impulso da criança, e este sentido, satisfaz uma necessidade interior, pois, o ser humano apresenta uma tendência lúdica” (1987 p. 14).



O lúdico aplicado à prática pedagógica não apenas contribui para a aprendizagem da criança, como possibilita ao educador tornar suas aulas mais dinâmicas e prazerosas.
CUNHA (1994), ressalta que a brincadeira oferece uma “situação de aprendizagem delicada”, isto é, o educador precisa ser capaz de respeitar e nutrir o interesse da criança, dando-lhe possibilidades para que envolva em seu processo, ou do contrário perde-se a riqueza que o lúdico representa.
Neste sentido é responsabilidade do educador, na educação infantil, ajudar a criança a ampliar de fato, as suas possibilidades de ação. Proporcionando à criança brincadeiras que possam contribuir para o seu desenvolvimento psicosocial e conseqüentemente para a sua educação.
O lúdico enquanto recurso pedagógico deve ser encarado de forma séria e usado de maneira correta, pois como afirma ALMEIDA (1994), o sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantida, se o educador estiver preparado para realizá-lo.
Sendo que o papel do educador é, intervir de forma adequada, deixando que o aluno adquira conhecimentos e habilidade; suas atividades visam sempre um resultado, e uma ação dirigida para a busca d finalidades pedagógicas.
A educadora FERREIRO (19890, já apontava para a importância de se oferecer a criança ambientes agradáveis onde se sinta bem e a vontade, pois a criança deverá se sentir como integrante do meio em que está inserida.
Conceber o lúdico como atividade apenas de prazer e diversão, negando seu caráter educativo é uma concepção ingênua e sem fundamento. A educação lúdica é uma ação inerente na criança e no adulto aparece sempre, como uma forma transacional em direção a algum conhecimento.
A criança aprende através da atividade lúdica ao encontrar na própria vida, nas pessoas reais, a complementação para as suas necessidades.




REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS



ALMEIDA, Paulo Nunes de. “Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos”. 5ª ed.São Paulo:Loyola, 1994.



CUNHA, Nylse Helena. “Brinquedoteca: um mergulho no brincar”. São Paulo: Matese, 1994.



FERREIRO,Emilia.”Processo de alfabetização”. Rio de Janeiro: Palmeiras,1998.



MARCELINO, Nelson Carvalho. “Estudos do lazer: uma introdução”. Campinas. São Paulo: Autores Associados, 1996.



RIZZI, Leonor & HAYDT, Regina Célia. “Atividades Lúdicas na educação da criança”. São Paulo: Atica, 1987.

* " A Ludicidade ... "



" A ludicidade é uma necessidade do ser humano em que qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento. "
(SANTOS, 1997: 12.)